Eu e o livro "A Cabana"

Escrito por Valter Junior.

Todos os dias fazemos escolhas, tomamos decisões, dizemos sim ou não e emitimos opiniões. Para cada escolha, uma motivação. E ainda que seja a melhor, corremos o risco de errar.

Sou muito grato a Deus por perceber claramente o Seu Espírito me alertando quanto a possibilidade de que eu tenha me equivocado em uma decisão, escolha ou popinião.

Não fujo da responsabilidade de tomar decisões ou fazer escolhas, mas sempre reservo um espaço em minha mente e alma para admitir a possibilidade de que posso estar errado.

Como resultado, tenho a chance de voltar atrás, reconhecer que errei, pedir perdão, mudar de atitude e se possível, corrigir o erro.

Foi uma experiência assim que me fez ler novamente o livro "A CABANA" de WILLIAM P. YOUNG.

Li esse livro no início desse ano com Glaucia. Na realidade, ela leu primeiro e me pediu que a ajudasse a entender algumas partes do livro nas quais teve dúvida. Li o livro em um dia apenas e conversei com ela sobre suas dúvidas. Doce lembrança.

O livro fala da experiência de um pai que perde sua filha. Confesso que eu e Glaucia não demos muita atenção ao fato em si, pois por ser tão triste, nem queríamos pensar nisso. Vimos trechos que falavam sobre a questão da autoridade, ser Cristão e os dez mandamentos.

Depois que o Senhor levou Glaucia, alguns irmãos me sugeriram a leitura desse livro, mas respondi que já havia lido, inclusive com Glaucia e que apenas uma pequena parte do livro me parecia útil para agora. A sensação de que poderia estar errado quanto a isso, me fez ler novamente. Bendita desconfiança de que eu pudesse estar errado. Foi maravilhoso ler esse livro. Ainda tenho algumas ressalvas quanto a questões como as que Glaucia teve dúvidas, mas o todo da mensagem do livro me ajudou muito.

No início do ano cheguei a escrever algo para meu blog dizendo que não indicaria a leitura desse livro a ninguém, mas a tal "desconfiança de que poderia estar errado" me fez não postar o comentário. Pois sim, hoje recomendo a quem de modo especial, conhece nosso sofrimento presente, que leia o livro.

A situação descrita no livro é diferente da nossa, pois a menina foi raptada, tinha pouco mais de seis anos e o pai nutriu uma culpa e revolta intensa. Mas em muito é possível uma identificação em virtude da semelhança do caso, pois um pai perde uma filha.

Em especial chamo a atenção de quem leu ou lerá o livro para a conversa do pai com Sofia, para a visão que ele tem dela e para a parte final do livro, antes do pai deixar a cabana. Esses trechos falaram muito ao meu coração. Certamente outros trechos poderão falar mais fundo ao seu coração.

Quem ler o livro entenderá porque "decidi voltar" para ficar com Jane e Vitor.

Creio que Deus também usou o livro para falar com Glaucia, já que ela o leu no início desse ano. Creio hoje que enquanto eu estive com ela na emergência do hospital, tendo por todo o tempo minha mão sobre a cabeça dela, Jesus estava também ali com Sua mão por baixo da minha. Eu de um lado da maca e Jesus do outro. Depois que me despedi dela, sofria ao pensar nela sozinha, mas hoje creio que Jesus não a deixou só e que a acompanhou amorosamente o tempo todo. A mensagem do livro também me ajudou a entender assim.

Mais uma vez o receio de que podia estar errado me fez voltar atrás. Não havia percebido que o pequeno livro era um tesouro para o tempo presente.

Se o mesmo Espírito que habita em mim levar você a suspeitar que cometeu um erro, considere o alerta. Tal atitude não comprometerá sua credibilidade. Eu mesmo me sinto mais seguro ao lidar com alguém que está disposto a admitir um erro e pedir perdão. Um dos meus maiores inimigos é o orgulho. Deus tem me ajudado a vencê-lo e assim, não pensar que sou mais do que realmente sou.

Ao Senhor que tem Glaucia em seus fortes e amorosos braços e nos sustenta até estarmos com Ele, seja a Glória.